No mês de conscientização do Autismo no Brasil, levantamento do DataSUS aponta São Paulo como o estado com maior número de pacientes em 2024, seguido pelo Ceará e Paraná
Um levantamento realizado pela Ipsos, lançado em ocasião ao “Abril Azul” – mês de conscientização do Autismo no Brasil, destacou que o Brasil está entre os países que mais se preocupam com a saúde, ocupando a sexta posição nesse ranking global.
A pesquisa ouviu 58 pediatras, 33 neurologistas e 30 psiquiatras. E, 95% dos pediatras afirmam que a neuropediatria é a principal especialidade responsável pelo diagnóstico do TEA. Enquanto 79% dos neurologistas afirmam o mesmo, e 97% dos psiquiatras afirmam que a pediatria e psiquiatria são as principais especialidades pelo diagnóstico de autismo.
Quando perguntados sobre os níveis de Transtorno do Espectro Autista (TEA) mais incidentes na prática clínica, os pediatras informaram que 83% dos pacientes são de Nível 1 (leve), 33% Nível 2 (moderado), e 3% Nível 3 (severo).
E sobre quais os maiores desafios enfrentados na prática clínica com pacientes de TEA, os pediatras apontaram que gerenciar casos complexos e multifacetados que exigem amplo conhecimento e habilidades (43%) é o mais desafiador; 34% lidar com pacientes e familiares que não seguem os planos de tratamento devido a efeitos colaterais, falta de compreensão ou fatores socioeconômicos; coordenar o cuidado com outros profissionais de saúde e especialidades médicas, especialmente em casos de pacientes com condições comórbidas representam 34%; Enfrentar o preconceito e a falta de entendimento por parte de familiares e profissionais da saúde (24%); Falta de marcadores biológicos específicos para diagnóstico (24%).
De acordo com os dados coletados do DataSUS, há um número crescente de pacientes com as CIDs da Categoria F84 – classificação Internacional de Doenças que se refere a transtornos globais do desenvolvimento, e nas Subcategorias F84.0 e F84.1 que se referem ao autismo atípico e ao autismo infantil, respectivamente. Este crescimento é de 48,9% ao ano para os pacientes em Tratamento e 33,9% ao ano para o Naives.
E, quando analisados os pacientes Naives pela Categoria F84 agrupando as CID’s F84.0 e F84.1, vemos muito mais pacientes do sexo masculino (78%) nas faixas etárias entre 5 e 14 anos. O Autismo infantil (CID F84.1) representa a maior parte dos pacientes desta análise, com cerca de 5% do volume de pacientes na base. O perfil de crescimento é menos acentuado, principalmente no que tangem os pacientes Naives.
O levantamento do DataSUS ainda mostra um número crescente de Naives, que eram 380 em média no ano de 2020 e passaram a 1538 em média no ano de 2024. Já os pacientes em tratamento apresentam uma tendência maior de crescimento, saindo de uma média de 6.556 pacientes em 2020 para 21.406 só em 2024.
O estado com maior número de pacientes em 2024 é São Paulo, seguido pelo Ceará e Paraná. São Paulo representa 28% dos pacientes, Ceará 17,7% e Paraná 16%, os quais somados temos mais de 61% do total de pacientes no ano de 2024. De acordo com dados coletados no mini censo de 2024: 2% dos entrevistados relataram ter um diagnóstico de autismo. Ao todo foram entrevistadas 1003 pessoas, acima de 18 anos.
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